OS CICLOS DE VIDA DE PROJETOS ÁGEIS DO PMBOK 5

Você sabia que o Guia PMBOK® também pode ser ágil?! É verdade e não é questão de interpretação, é só questão de interpretação correta!

O Guia PMBOK® é tachado por muitos ainda como Waterfall, ou no bom português, gerenciamento cascata. Isso não é o que o próprio Guia trás em suas boas práticas, e na realidade quem pensa isso, fez neste caso uma interpretação errada.

Uma coisa eu posso afirmar quanto a isso, o Guia PMBOK® não dava muito valor no que se referia a deixar isso explicito, o que gerava má interpretação e mau uso de seus ciclos de vida, inclusive o contestado Cascata. A imagem abaixo mostra o ciclo de vida de projetos e as fases do Guia PMBOK®, e como pode ser visto temos um ciclo iterativo que lembra muito uma Sprint, e que pode ser curta e com entregas o mais breve possível, ou seja, ágil.

Com o objetivo de deixar isso o mais claro possível, a versão 5 do Guia PMBOK® trouxe novos ciclos de vida de projeto e deixou mais explicitado seus relacionamentos, vamos conhecê-los um pouco e entender porque o Guia PMBOK® pode ser ágil.

Relacionamento entre as fases

O Guia PMBOK® 5a edição apresenta dois tipos de relacionamentos possíveis entre as fases de um projeto, que são:

1 – Sequencial
Ocorre quando a fase seguinte inicia apenas quando a fase anterior termina. Mais recomendado para fases dependentes entre si.

2 – Sobreposição
Se dá quando, mesmo antes da fase anterior encerrar, a seguinte já iniciou. Mais utilizado quando não há dependências e quando os riscos de executar fases em paralelo são baixos.

Ciclos de Vida de Projetos

Na versão 5, o Guia PMBOK® apresenta novos ciclos de vida e reforça um antigo conhecido da comunidade, o “Ciclo por Ondas Sucessivas”. Vamos entendê-los:

Preditivo
Este é um dos casos típicos do gerenciamento tradicional e ocorre quando o escopo, o tempo e o custo requeridos para as entregas do projeto são determinados o mais cedo possível.

Este sim é o ciclo que podemos chamar de cascata, mas que tem sua aplicação muito bem justificada e fundamentada nas áreas de engenharia civil e construções, por exemplo. Onde para construir um prédio, 1° se define todo o escopo, 2° se planeja tudo e 3° se executa tudo, com a aplicação de mudanças muito cuidadosas. Não podemos dizer que o Cascata não funciona e esta morto. Como construiremos prédios, pontes, viadutos, outras grandes construções e até as nossas próprias casas sem um planejamento cuidadoso realizado o mais breve possível?

Porém, não podemos levar este ciclo de vida Preditivo para outras áreas, então vamos conhecer as outras opções de ciclos sugeridos pelo Guia PMBOK® 5a edição.

Iterativo e incremental
Este é o antigo conhecido dos GPs tradicionais, é o ciclo por Ondas Sucessivas, que agora ganhou um nome mais reconhecido inclusive em outras abordagens como as ágeis.

Este já permitia que os ciclos fossem mais ágeis do que cascata, pois já era orientado a quebra do produto em pedaços menores e a realização de um planejamento apenas do pedaço mais próximo, e não de todo o produto do projeto.

Assim é possível, construir um grande produto quebrando-o em pedaços menores e realizando o ciclo Preditivo para cada pedaço, permitindo que o produto cresça a cada iteração (incremental) e permitindo também já a aplicação de técnicas ágeis como inspeção e adaptação o mais cedo possível.

Outra sugestão que deixa o ciclo iterativo e incremental ainda mais ágil é a priorização, onde podemos selecionar os pedaços do produto por importância e pela entrega de valor o mais cedo possível para o cliente.

Este ciclo ainda reduz os riscos e permite um tratamento de mudanças mais receptível, com menos controles e com mais aceitação e velocidade. Este já é mais indicado para o desenvolvimento de sistemas, por exemplo, onde temos ambientes e produtos complexos que requerem muita inspeção, adaptação e mudanças.

Adaptativo ou Método ágil
Este ciclo é novo e veio realmente para comprovar que o Guia PMBOK® pode sim ser tão ágil quanto outras abordagens consideradas ágeis.

Este ciclo, além de iterativo e incremental, já sugere a aplicação de iterações menores com tempo e custo fixo, além de trazer uma regra de que cada ciclo deve durar de 2 a 4 semanas, e é orientado a mudança. (Quem aplica Scrum ai sentiu alguma semelhança com a Sprint?)

Neste ciclo o Guia PMBOK® começa a chamar o escopo de Backlog, permitindo uma unificação de linguagens, principalmente quando menciona que o Time é o responsável por determinar quanto trabalho realizará, sugerindo que no início do ciclo o Time planeje e priorize seu Backlog e que no final deve estar com o produto pronto para revisão do cliente. (Olhem mais uma vez as características da Sprint aparecendo)

Este ainda é mais propício para o uso em ambientes de desenvolvimento de softwares, onde as mudanças são uma certeza e quanto melhor tratarmos delas, maior será o sucesso de nossos projetos.

Então é isso pessoal, espero que tenham gostado e que reflitam sobre a agilidade do Guia PMBOK®. Lembrando que, não é o Guia PMBOK® que é lento, tradicional ou cascata, é a metodologia que foi implantada como suporte as suas boas práticas que é ou não é. Por isso podemos afirmar que ele pode ser utilizado em projetos cascata, assim como pode ser aplicado em projetos ágeis.

Desaprenda para aprender novamente =)

Para outras informações e entendimentos visite a seção Guias > Guia PMBOK5 > Introdução de Gerenciamento de Projetos 1 e 2.