O QUE APRENDI COM 4 OS VALORES DO MANIFESTO ÁGIL

Desde que me tornei agilista, venho vivenciando todos os benefícios de aplicar o que aprendi com os valores do Manifesto Ágil em minha vida pessoal. Ser agilista é mais do que trabalhar com métodos ágeis ou possuir algumas certificações. Não se trata de “aplicar Agile”. É viver o Agile.

Defendo isso, porque penso que não somos capazes de desempenhar direito um trabalho no qual não acreditamos. E é exatamente por esse motivo que aprecio muito a filosofia que o Agile traz. Mudança de mindset, flexibilidade, foco nas pessoas, no que é de valor, colaboração e redução desperdícios.

Aos poucos fui percebendo que esses valores faziam tanto sentido, que eu poderia customizá-los para a minha vida pessoal, então, licença poética senhores criadores do Manifesto Ágil, esta é a minha adaptação:

1. Humanize suas relações (Indivíduos e interações mais que processos e ferramentas)

Carl Jung dizia “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana.”

Acredito que isso se enquadra perfeitamente ao 1º valor. E, nesse caso, a melhor “ferramenta” é a comunicação direta e franca, na qual é possível perceber o tom de voz, a expressão facial e corporal, as nuances. Isso faz toda a diferença e pode evitar uma série de mal-entendidos que, por exemplo, um bate-papo via chat poderia causar.

Percebo que, como temos acesso a uma série de opções tecnológicas para “facilitar” nosso dia a dia, muitas vezes acabamos burocratizando ou até mesmo “robotizamos” nossas relações. Colocamos o e-mail, o whatsapp, o Skype e o telefone no meio das nossas negociações, das nossas entrevistas de emprego, das nossas DRs e até mesmo das nossas conversas com a família.

Sei que a vida ainda corrida, mas sempre que possível, humanize suas relações! 😉

2. Algo que faça sentido, ao invés de apenas algo que ocupa espaço (Software em funcionamento mais que documentação abrangente)

Sobre o valor número 2, penso em coisas que acumulamos sem necessidade. Papéis, recibos velhos, roupas que não usamos mais, mágoas, pensamentos ultrapassados e crenças limitadoras (falarei sobre elas em breve) que não nos deixam evoluir.

O novo não pode entrar em nossa vida, se não nos livrarmos do que só está ali ocupando espaço. Mas Cris, como você consegue identificar o que está ali apenas por estar?

Bem, sempre que eu encontro algo assim em meu armário, em meu coração ou em minha vida, me pergunto: isso faz sentido pra mim? E se a resposta for não, eu vou aos poucos deixando ir. Com o tempo apenas o que tem valor vai permanecendo e sendo priorizado.

3. Gentileza gera gentileza (Colaboração com o cliente mais que negociação de contratos)

A mensagem que o 3º valor traz para mim é basicamente sobre confiança. “Contrato” é uma palavra que denota algo formal, um documento para garantir que um dos envolvidos não descumpra a sua parte. Parece algo que utilizamos para nos defender. O que aprendi com isso é ficar menos na defensiva e sempre dar um voto de confiança. Para as pessoas, para as situações, para a vida. É óbvio que eu não ando por aí passando a senha da minha conta no banco, mas eu procuro enxergar os ambientes onde estou como sempre propícios à colaboração, ou seja, eu colaboro com você e talvez você também colabore comigo e isso é espontâneo. Não fazemos isso porque somos obrigados, fazemos porque acreditamos que isso é bom e produtivo para ambos.

4. Adaptar-se é viver (Responder a mudanças mais que seguir um plano)

O último valor e por sinal meu favorito, se tornou um mantra em minha vida. Venho aplicando essas palavras há um bom tempo. Confesso que no início não foi fácil. Meu perfil, até então, era predominantemente Planejador – os amigos Coaches Profissionais entenderão o dilema! – e, em função disso, eu tinha certa dificuldade em me adaptar a tudo o que eu considerava que saía do meu controle. Durante muito tempo, escrevi repetidamente o 4º valor, no meu Diário de Bordo, item “O que me comprometo para amanhã” – também falarei sobre isso em um próximo post.

Percebi que eu tentava planejar tudo ou quase tudo, porque os “processos” da minha vida eram ruins, não favoreciam a minha assertividade e geravam muito desperdício, sobretudo de energia. Quando aprendi a me adaptar não só minha mente se expandiu, como tudo se tornou mais leve.

E vocês se identificam com alguma dessas 4 frases?

Abraços!